quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Um bom filho sempre retorna a casa.

Essa é a frase que define todo retorno às aulas, e nesse semestre então, nem se fala.  Eu gosto de me iludir, por isso chamo aquela uma semana sem aulas de férias.  Porque foi o tempo de ficar em casa e organizar os livros que iria ler, e as aulas começaram.

Peço desculpas aos meus amigos de cá, porque eu fui bem chata na semana passada. Eu sou muito boa em reclamar, e quando eu conferi o meu horário e vi que tenho aula de manhã em 4 (QUATRO) dias dos 5 que tenho aula, e que saio da aula na sexta feira às 20:00, ah, arrasei em reclamar. Mas, conforme as aulas foram acontecendo eu fui me acostumando. E no fim, a aula de sexta-feira que termina às 20:00 foi a melhor da semana.

Faço seis disciplinas, três de Literatura (Literatura Portuguesa 3, Estudos Pessoanos - isto é, dá-lhe Fernando Pessoa - e Análise e Crítica Literária) uma de educação, faço o Inglês II e uma de Linguística. Não basta ser de linguística (o meu carma, a minha matemática da Letras), tem que ser Sintaxe e tem que ser às 9:00. Tem coisas na vida que é melhor não questionar, vamos aceitar e cumprir o compromisso.

O fato é que estou animada com esse retorno, agora na segunda semana já vejo a rotina se desenhando,  tudo vai entrando nos eixos. Gosto bastante das “cadeiras” de literatura. Análise e Crítica é com uma professora que já a conhecia do semestre passado. Estudos Pessoanos  é divertido (dependendo do dia), eu gosto muitos das aulas em que o professor leva os textos e as analisamos durante a aula, a propósito deixo aqui um trecho de um poema visto hoje em sala de aula:

“Sou um evadido
Logo que nasci
Fecharam-se em mim,
Ah, mas eu fugi.

(...)

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia,
Ser eu não é ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer."

E a aula de Literatura Portuguesa 3 diz exatamente sobre aquela literatura do colégio. Seria chato, mas é inevitável, posso ter estudado Gil Vicente um milhão de vezes, porém, como todo conhecimento, sempre haverá algo para se acrescentar, ainda mais sobre Gil Vicente numa faculdade portuguesa. Sem dizer que me simpatizei com o professor, e hoje mesmo ele disse “peço desculpas por me estender em assuntos que não são de grande importância para o conteúdo, acontece que apaixono-me”.  Sim, essa declaração foi para um texto teórico. Mas tá valendo, ponto pra ele .

Na verdade tudo isso é para dizer que há duas semanas eu estava querendo que a FLUC  pegasse fogo e junto a ela explodisse os nossos testes e os responsáveis por eles (cof, cof). Mas agora, já estou a amando, mesmo com suas carteiras velhas, sua tradição que mais complica do que resolve e seus corredores feitos para nos perder. Enfim, eu não tenho vergonha na cara e amo quem me esnoba.


Aos meus amigos da Unesp, desejo um ótimo retorno às aulas. Sei que a Unesp judia todo final de semestre, mas depois nos dá esses três meses intermináveis de férias. Ela faz isso só para voltarmos morrendo de saudades e para esquecermos de seus defeitos. Quanta sabedoria.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Enquanto o semestre não começa...

Estou um tempo sem escrever aqui, mas não sem escrever. Peço desculpas, porque eu tenho pra mim que os poucos leitores deste blog são os mais afoitos por informações sobre  o que faço por aqui. Aviso-os que tive um mês de janeiro doido que eu jurava que iria se arrastar, mas, que nada, passou tão rápido e posso sentir que levará fevereiro junto com ele.

Nesse mês de janeiro fiz algumas provas. Fiz provas esperando que fossem simples, mas foram difíceis, porém fiz aquelas que esperava dificuldade absurda, e no fim fiz sem rascunhos.

Tirando esses exames, a vida continua. Pois é, nesse mês de estudo retornei a Porto e conheci Aveiro. Porto é uma cidade magnificamente linda, é só sentar e olhar. Esse é o passeio. Aveiro tem o título de “Veneza portuguesa”. Injusto. Aveiro é Aveiro. Veneza é Veneza. Odeio esses títulos. Porém, o charme dessas viagens foram as minhas companhias. Amigos? NÃO! Foi a minha família. Ah, olha só como esse mês foi ousado. Meus tios de São Paulo (mas nem por isso distantes, ao contrário, são daqueles familiares que a distância só serve para unir a família cada vez mais) vieram pra cá e eu tive o prazer de acompanhá-los. Tenho saudades desses dias.

Por falar em saudades, já que não tive aulas me sobrou tempo para sentir saudades. Senti daquelas saudades que parece que o peito vai estourar e a saudade vai escorrer pelo chão, não sei explicar isso muito bem. Teve dias que eu acordei, abria os olhos e pensava: “falta muito pra agosto?”.

Mas agora voltei a ficar tranqüila. Após a minha última prova comecei a missão mais importante desses dias de “férias”: arrumar meu quarto. Sim, eu sou bagunçada. Não sou de tirar uma roupa e guardá-la, e se caso guardo é certeza que não vou fechar a gaveta. Meu quarto só fazia lembrar a minha mãe “parece que passou uma guerra por aqui”. Caos. Estava planejando em arrumá-lo aos poucos, mas acontece que um amigo passou por aqui, e decidiu me ajudar nessa missão. É fato que ele limpou tudo, enquanto eu me decidia   se jogava folders de teatro ou entradas do cinema no lixo. Agora está tudo arrumadinho (ainda), minha mesa está me dando orgulho.

Outra coisa que fez a minha felicidade nesses dias foram as cartas recebi. Queridos amigos do Brasil que me escreveram e eu fiquei aqui, lendo e relendo cada correspondência. Achei ótimo! E devo dizer que email é bem eficiente, mas nada supera a emoção de abrir uma carta. Aviso-os  que estou respondendo todos.  Escrever uma carta também é um ritual.


Agora eu tenho uma semana para continuar a me reorganizar. Dia 13 voltam às aulas. Até lá vou lendo uns livros por aqui e vou torcer para que esse clima de chuva que invadiu o final de semana vá embora, porque quero ter uma boa leitura no Mondego.