quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Férias?


Não, recesso!

É isso: tenho umas semanas para fazer nada, porém na minha escrivaninha tem uns livros me aguardando. Recesso de Natal com provas em janeiro. Espírito natalino, cadê você?

Essa semana está sendo divertida. Acordar segunda-feira no meio da manhã, vestir um bom tênis e sair pela cidade. Voltei para casa com o objetivo não cumprido, é verdade. Mas valeu a pena saber que Coimbra não se resume aos lugares que freqüento e nos lugares onde todos estão.

Fora isso, eu comecei a planejar muitas coisas por agora, porém, como toda férias,  planejamos ir para Patagônia e acabamos lendo um livro de contos com a janela fechada. Então o plano é não planejar e apenas ir tendo boas idéias e pensamos mais tarde se devemos realizá-las ou não.

De qualquer forma, Coimbra nos permite viver de um modo em... câmera lenta? Sim, é verdade. É incrível, meus amigos aqui sabem bem disso, estou sempre atrasada aqui. Sou aquela  que deixo todos me esperando para terminar de arrumar a bolsa ou a procura daquela meia que eu decidi por naquele instante. Não me culpem. Mas é como se vivêssemos sem enxergar as horas.

Por causa desse aspecto parece que as aulas não são pesadas, não parecem longas e as provas... bom, provas são sempre provas. Aqui qualquer ida ao multibanco vira um passeio, ir ao café vira um encontro com os amigos e ir ao supermercado é passar naquela livraria... Ah, esses universitários, tiram proveito de tudo mesmo. Por isso espero saber tirar proveito dessas curtas semanas.

Agora tenho que desligar o computador, tenho 20 minutos para tomar banho.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Só por causa do teste de inglês

Às vezes me falta tantas coisas que nem consigo enumerá-las. Hoje é um dia de “às vezes”. Falta de casa sentimos todos os dias, convivemos com ela. Falta dos amigos e dos dramas, que mais tarde serão piadas, sinto constantemente. Saudade é a palavra de hoje. Mas não só.

Após quase três meses aqui é hora de perguntar: então, me adaptei? Não sei. Sim, estou numa boa por enquanto. De qualquer forma os meus mesmos problemas daqui eram os meus mesmos problemas de lá: nota, lingüística, comida, peso... Fico feliz por isso, estou a um oceano longe de casa e ainda sou a mesma pessoa. Ainda gosto de fazer uma boa piada na má hora, ainda quero aprender a usar vestido, ainda estudo Literatura demais, ainda não sei se quero ser Bob Dylan ou se quero me casar com ele.

O fato é que sou a mesma pessoa com novas experiências, novas aprendizagens. Algumas delas é que sair de casa não é só a responsabilidade de cuidar de você, é não ver seu pai e sua mãe todos s dias. É sentir falta de coçar a barriga da Medeia e levar umas mordidas da Capitu. É querer ver o seu quadro dos Beatles e olhar a parede azul. Não me advertiram muito sobre os detalhes, só me disseram que deveria continuar estudando, não usar drogas, não engravidar...

Aprendi aqui também que aquela ilusão de morar sozinha e fazer tudo de acordo com o que você quer (apenas) não é garantia de dar certo. Se não tem com quem brigar, brigamos com nós mesmos. Se não tem ninguém para usar a sua toalha de banho, você usa e esquece de por para secar. Nos sabotamos, meus caros. E no fim eu descubro que quanto mais independente sou, mais preciso de boas compainhas para dividir essa independência. Vai entender.

Porém, é nesse período que temos que pedir desculpas àquelas pessoas que sempre apontaram os nossos defeitos e sempre negamos. Sim, mãe, eu não dobro minha roupa. Sim, mãe, eu deixo para estudar em cima da hora. Sim, pai, eu devo ter mais paciência. Sim, pai, chocolate não é refeição. Sim, irmã, eu quero tudo para ontem. Sim, amigos, odeio que me dizem que estou errada. C’est la vie.

Isso aqui pode estar parecendo um pouco triste, deve ser porque tive teste oral de inglês* hoje e eu nunca sei o que pensar depois de um teste, e isso me deixa assim, a pensar na vida, a sair da rotina. Mas, fiquem tranqüilos, essa semana peguei a minha faixa de Miss Drama com os meus amigos da Unesp Araraquara, então tenho o direito.

Mas tenho que dizer que a vida é bem gentil comigo, espero estar fazendo a todo o tempo as escolhas certas, para ser gentil com ela também.


*Só escrevi isso hoje porque a minha professora de inglês me disse que deveria escrever. Obrigada, Penélope.