quinta-feira, 23 de agosto de 2012

domingo, 19 de agosto de 2012

Em casa


Nas últimas semanas eu cansei de dizer a frase “em agosto vou para o Brasil”. Corrijo a frase, uma vez que deveria ter dito “em agosto vou para Matão”. Matão. Esse é o objetivo da viagem. Em Matão não tem praia, não tem shopping, não tem livraria e nem um café aconchegante tem. Mas tem a minha casa. Tem os meus pais e todas essas pessoas que os olhos brilham quando eu entrego uma mísera lembrança dos lugares por quais passei.

Aqui também tem os meus amigos: os que cresceram comigo, as amigas da adolescência - que me ligam dizendo que querem saber de tu-di-nho - e os da faculdade, daqueles que fazem o ônibus atrasar caso eu ainda não esteja nele.

Nesses dias eu tive churrasco e almoços em família. Na minha casa, na casa da minha avó ou no sítio. Reuniões com amigos, pizza com os amigos dos meus pais, visitas aos parentes que eu nem me lembrava. E por fim posso dizer que em Matão, quem diria, estou conhecendo pessoas novas.

Foi estranho sair por aqui pela noite e saber que não teria o NL, caso queríamos estender a diversão. Foi estranho escovar os dentes para dormir em uma terça-feira, sabendo que os meus amigos estavam indo para o Bigorna, e ao invés de ouvir que “mão direita é penalti” eu ouço os passos rápidos das minhas cachorras andando pelo quintal.

Matão, agora me lembrei, é tranquilidade. Aqui tenho tempo de pensar em tudo. E se eu ficar muito tempo sozinha no meu quarto, não vou me sentir angustiada e limitada pelo espaço. Ao contrário, vou me sentir segura. Às vezes, em tempos de mudanças, tudo o que precisamos, é voltar para casa.