sábado, 19 de maio de 2012

Para minha Mãe


A minha mãe disse que eu parecia triste. Mãe, não se engane e não se esqueça.

Não se esqueça de que eu me emociono perdidamente com a melancolia, mas só me permito àquela melancolia em que posso fechar o livro, dar STOP, ou desviar o olhar da imagem. Não se esqueça de que eu sei que a tristeza não é um sentimento digno e que não admito entregar-me a ela.

Não se esqueça de que não nasci para ser foliã, ao contrário, gosto do silêncio, ou gosto do meu barulho; aliás, gosto do barulho que eu sei de onde vem – e por isso me agrada.

Não se esqueça do som da minha gargalhada – que agora outras pessoas também a conhece – porque não termino um dia sequer sem ouvi-la.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A tal da Queima


Aqui em Coimbra na semana passada teve a tão esperada Queima das Fitas. É mais uma das tradições (a palavra mais usada na Universidade, tanto para o bem como para o mal: tradição) a qual marca a despedida dos estudantes. Então a Queima tem esse sabor de saudade antecipada de Coimbra, das noites, dos amigos, da liberdade.... dos tempos de estudantes universitários, isto é, aqueles anos em que nos julgam intelectuais e que na verdade só estamos reclamando da aula de amanhã às 9:00 da manhã.

Pois bem, no meio de tantas saudades e tradições é de se esperar algo triste, com lágrimas. Não nos enganemos, há sempre o Carpe Diem. Estou dizendo que a Queima é uma semana que tem festas, uma grande festa todos os dias, pra lá do Mondego. Tem bandas internacionais e tudo. É uma despedida para nunca mais esquecer.

Creio que essa minha primeira Queima não vai ser a minha última. Porém, acabei vivendo a semana passada com um pouco de saudade nos olhos, senti saudades por e pelos os meus amigos que logo menos estarão me deixando e retornando ao Brasil. Mas até lá há alguns meses para juntarmos histórias por aqui.

Aliás, tenho que esclarecer que na minha Queima eu assisti o ritual da serenata (o que marca o início da semana) do meu quarto, e adorei essa festa porque nas suas proximidades estavam vendendo algodão doce. Passei a semana de festas no meu quarto, indo às livrarias pela região, assistindo seriados, tomando cafés e tendo boas conversas. Não desci para a noite, fiquei por aqui vivendo a tranquilidade. Era para eu ter posto tudo em ordem, ao contrário disso, nem o aspirador no meu quarto passei.  Agitação por esses dias não eram bem vindas.

Talvez ano que vem eu esteja mais animada para essas festividades, mas eu já posso dizer que acho difícil. No fim eu continuo sendo aquela pessoa que se cansa fácil, e que precisa saber a hora que a diversão exacerbada acaba, para voltar para a casa, e para tudo que me é familiar.