sábado, 19 de maio de 2012

Para minha Mãe


A minha mãe disse que eu parecia triste. Mãe, não se engane e não se esqueça.

Não se esqueça de que eu me emociono perdidamente com a melancolia, mas só me permito àquela melancolia em que posso fechar o livro, dar STOP, ou desviar o olhar da imagem. Não se esqueça de que eu sei que a tristeza não é um sentimento digno e que não admito entregar-me a ela.

Não se esqueça de que não nasci para ser foliã, ao contrário, gosto do silêncio, ou gosto do meu barulho; aliás, gosto do barulho que eu sei de onde vem – e por isso me agrada.

Não se esqueça do som da minha gargalhada – que agora outras pessoas também a conhece – porque não termino um dia sequer sem ouvi-la.

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