terça-feira, 3 de abril de 2012

Trapaceiros

Aqui em Coimbra é verdade que vivemos conhecendo pessoas novas, lugares novos e vivendo experiências que entre o trágico e o incrível eu classifico todas de divertidas. Porém, não tem jeito, os assuntos que mais estão na nossa mente são saudade e o tempo.

E, como me disse uma vez Hemingway,  durante o dia é muito fácil levar uma vida feliz, mas é durante a noite que a verdade aparece (isso não é uma citação, é apenas como eu lembro). Pois é, tem dias que passamos muito bem e durante a noite eu só queria estar em casa. Um amigo me disse que é normal sentir saudades e que todos que estão aqui sentem a mesma coisa. Peço desculpas, eu sinto mais. Não me culpem, culpem aqueles que conviviam comigo.

Embora na semana passada eu tenha sentido aquela saudade de casa, acho que a cada dia que passa estou sabendo lhe dar com ela melhor. Saber lhe dar com a saudade pra mim é voltar a fazer o que eu fazia em Matão, sem aquela melancolia. Há alguns dias voltei a escrever no meu caderno de capa azul. Tinha-o abandonado, nunca mais o tinha aberto e na mudança de quarto (essa mudança é assunto de um outro post) senti uma vontade imensa de escrever nele. Como nos velhos tempos. E lê-lo! Claro! Ativar a memória sobre fatos e pessoas que não vivo e convivo há algum tempo, mas que sempre estão comigo. E então sentei e escrevi. Escrever em um diário é melhor que terapia, escrevemos sem culpas e despejamos tudo o que sentimos e no fim me sinto livre das minhas angústias, fecho o caderno e grande parte delas ficam ali.

Voltei a querer ficar em silêncio para uma leitura, para a leitura daquele livro muito importante para a Literatura, mas que nenhum professor tenha pedido.  E lembrei que o melhor lugar para ler é no tapete.

Já falei isso aqui, mas gosto muito quando sinto que estou mantendo a minha essência.

Eu sei que a saudade vai permear duramente um momento e outro, enquanto que no resto do tempo eu convivo com ela. A verdade é que às vezes desmentir a despedida é muito difícil. 

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