quinta-feira, 19 de julho de 2012

"You say it's your birthday"*


Então, 18 de julho! Gosto bastante de fazer aniversário, ao contrário de muitas pessoas que gostam de passar despercebidas, ou que acham que fazer aniversário é só ficar mais velhas, eu penso que essa data é a mais esperada. Não vou ser hipócrita, adoro responder os recados de Facebook, adoro quando o celular começa a tocar, adoro os abraços e os presentinhos.

E a cada 18 de julho eu gosto de lembrar do 18 de julho passado. Ontem eu me lembrei que, no ano passado, passei a semana em São Paulo . Meu aniversário foi na terça, e no sábado fui ao Comedians com a minha irmã e o meu cunhado,  assistimos o stand up de Murilo Gun. Fui infinitas vezes na Avenida Paulista, assistia FRIENDS pela manhã e tinha total liberdade para preparar o jantar na casa da minha irmã. Lembrei também que na segunda feira, dia 17 de julho, fui ao cinema com a minha tia, para assistir pela primeira vez o filme que está hoje entre os meus favoritos: Meia Noite em Paris. Lembro que estava lendo Cinzas do Norte, de Miltom Hatoum. Recomendo esse livro a todo mundo. E me lembro que quando eu terminei de lê-lo, me senti um pouco mal, um pouco sem destino. É bem verdade que eu não gosto de terminar um livro que estou gostando muito da leitura, sempre fico um pouco triste quando o fecho e coloco o marcador de página sobre ele, como se fosse uma marcação de que todas aquelas vidas que estavam nas suas páginas, morreram para mim. Não faço mais parte da história dele. Porém, naquela noite me senti meio estranha.

No dia seguinte, abri o meu email e estava lá que tinha sido classificada para o intercâmbio “cá de Portugal”. Lembro que liguei para minha irmã, e ela já chorou por mim. Isso ficou em segredo na casa dela. Até no domingo eu ir embora (antecipadamente) para contar aos meus pais. A partir daí, todo mundo já sabe da história.

E no 18 de Julho desse ano, não preciso dizer que foi o aniversário mais diferente até agora. Pra começar teve uma ligação da minha mãe de 2 minutos, ao contrário daqueles churrascos ou jantares que ela organiza tão bem. Isso já é muito estranho. Recebi também mais duas ligações made in Brazil, da minha tia e de uma amiga. Fiquei com aquela vontade de abraçá-las, a ponto de enquanto elas falavam, eu sentia o cheirinho delas. O que a saudade não faz...

Porém, esse aniversário lusitano foi muito divertido. Acordei na hora que eu quis, coloquei um vestido novo e saí por aí com boas companhias. Acabamos no Mondego, com vinhos, fritas e tremoços (o amendoim daqui). Depois, mais um tempo na Sé Velha, para comer o bolo que eu por acaso preparei no dia 17 de julho. Ele não ficou bonito, mas se é para usar uma citação de família, vai lá: “Feioso, mas gostoso!”. Também ganhei presentinhos:  ganhei um Elvis, uma Florbela Espanca e a obra que conta a maior aventura da Literatura: Odisseia. O Juca foi muito bom na metáfora com o nosso intercâmbio.

Escrevi tudo isso para dizer que fazer aniversário é muito mais do que aumentar um número na nossa conta, é um tempo que eu posso aproveitar como todos os dias deveriam ser. Mas, agora, eu estou pensando que isso acontece porque faço aniversário em julho, isto é, férias. Ah, dane-se, o que importa então é a minha sorte de canceriana. 



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