Então, 18 de julho! Gosto bastante de fazer aniversário, ao
contrário de muitas pessoas que gostam de passar despercebidas, ou que acham
que fazer aniversário é só ficar mais velhas, eu penso que essa data é a mais
esperada. Não vou ser hipócrita, adoro responder os recados de Facebook, adoro
quando o celular começa a tocar, adoro os abraços e os presentinhos.
E a cada 18 de julho eu gosto de lembrar do 18 de julho
passado. Ontem eu me lembrei que, no ano passado, passei a semana em São Paulo .
Meu aniversário foi na terça, e no sábado fui ao Comedians com a minha irmã e o
meu cunhado, assistimos o stand up de Murilo Gun. Fui infinitas
vezes na Avenida Paulista, assistia FRIENDS pela manhã e tinha total liberdade
para preparar o jantar na casa da minha irmã. Lembrei também que na segunda
feira, dia 17 de julho, fui ao cinema com a minha tia, para assistir pela
primeira vez o filme que está hoje entre os meus favoritos: Meia Noite em Paris. Lembro que estava
lendo Cinzas do Norte, de Miltom
Hatoum. Recomendo esse livro a todo mundo. E me lembro que quando eu terminei
de lê-lo, me senti um pouco mal, um pouco sem destino. É bem verdade que eu não
gosto de terminar um livro que estou gostando muito da leitura, sempre fico um
pouco triste quando o fecho e coloco o marcador de página sobre ele, como se
fosse uma marcação de que todas aquelas vidas que estavam nas suas páginas, morreram
para mim. Não faço mais parte da história dele. Porém, naquela noite me senti
meio estranha.
No dia seguinte, abri o meu email e estava lá que tinha sido
classificada para o intercâmbio “cá de Portugal”. Lembro que liguei para minha
irmã, e ela já chorou por mim. Isso ficou em segredo na casa dela. Até no
domingo eu ir embora (antecipadamente) para contar aos meus pais. A partir daí,
todo mundo já sabe da história.
E no 18 de Julho desse ano, não preciso dizer que foi o
aniversário mais diferente até agora. Pra começar teve uma ligação da minha mãe
de 2 minutos, ao contrário daqueles churrascos ou jantares que ela organiza tão
bem. Isso já é muito estranho. Recebi também mais duas ligações made in Brazil, da minha tia e de uma
amiga. Fiquei com aquela vontade de abraçá-las, a ponto de enquanto elas
falavam, eu sentia o cheirinho delas. O que a saudade não faz...
Porém, esse aniversário lusitano foi muito divertido.
Acordei na hora que eu quis, coloquei um vestido novo e saí por aí com boas
companhias. Acabamos no Mondego, com vinhos, fritas e tremoços (o amendoim
daqui). Depois, mais um tempo na Sé Velha, para comer o bolo que eu por acaso
preparei no dia 17 de julho. Ele não ficou bonito, mas se é para usar uma
citação de família, vai lá: “Feioso, mas gostoso!”. Também ganhei presentinhos: ganhei um Elvis, uma Florbela Espanca e a obra
que conta a maior aventura da Literatura: Odisseia. O Juca foi muito bom na
metáfora com o nosso intercâmbio.
Escrevi tudo isso para dizer que fazer aniversário é muito
mais do que aumentar um número na nossa conta, é um tempo que eu posso
aproveitar como todos os dias deveriam ser. Mas, agora, eu estou pensando que
isso acontece porque faço aniversário em julho, isto é, férias. Ah, dane-se,
o que importa então é a minha sorte de canceriana.
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